sábado, 18 de setembro de 2010

"Perdiz volta pra trás... "

"Perdiz volta pra trás...
Quem eu? Nunca mais!"

Assim dizia um antigo bordão... Nunca mais é muito forte! Às vezes precisamos voltar atrás. Eu já voltei atrás muitas vezes, e não me arrependo. As vezes tomamos decisões no calor da emoção e depois no arrependemos.
Em 2008 passei por uma experiência muito forte: minha empresa ficou submersa numa grande enchente que causou muitos estragos na cidade onde moro. Esse fato nos causou muitos prejuizos materiais, mas o pior dano foi, sem duvida, o emocional. Fiquei por muito tempo tendo pesadelos e acordando sobresaltada. Todas as vezes que chovia me sentia insegura e toda aquela experiência negativa voltava à minha mente.Decidi sair do meu imóvel para intalar minha empresa em outro lugar mais seguro, não queria passar por aquela experiência novamente.
Por muito tempo evitei retornar ao meu imóvel, não queria recordar aquele dia fatídico.
Passaram-se dois anos e resolvi "deletar" todo aquele trauma da minha cabeça. Deletei! Percebi que tudo o que havia acontencido não devia sobrepor as minhas experiências positivas naquele lugar. A permanência dos moradores daquele bairro me forteleceu a tomar uma decisão dificil: retornar.
Olha, eu nunca imaginei que eu iria retornar! Mas decidi voltar, fiz uma grande reforma no prédio, uma reforma preventiva para evitar novas perdas numa eventual enchente.
Mas voltei otimista, com uma certeza no coração que não iremos passar por tudo aquilo novamente.
Hoje estou muito feliz por retornar, por "voltar pra trás".
Dentro de mim existe uma certeza de vitória, de ter conseguido superar tudo aquilo, em não aceitar a infelicidade. Não acredito na derrota, tenho certeza que enfrentei uma batalha muito grande, mas venci. E vou continuar vencendo sempre, mesmo que em alguns momentos pareca que tenha perdido a batalha. Numa guerra às vezes precisamos recuar para tomar folego, e avançar mais forte para ganhar a guerra.

domingo, 25 de julho de 2010

Parto

Dizem que o parto ocorre ao final dos nove meses de gestação, eu discordo, ele começa no momento que a criança sai do ventre da mãe e nunca termina. Cada dia, cada momento de separação da mãe com o filho é um momento do parto.
A primeira vez que deixamos nosso filho para trabalhar, o primeiro dia na escola, o primeiro final de semana fora e assim por diante. Estou na fase mais crítica do parto: a adolescência.
Acho que seja a parte mais dolorida desse parto. Nós passamos mais ou menos quinze anos protegendo nossas crias como umas leõas e de repente temos que deixá-los ir. É a baladinha, a viagem com os amigos, a grande paixão, e de repente nos vemos incapazes de protegê-los.
Na verdade quando os protegemos, estamos intuitivamente nos protegendo das dores do mundo. Não queremos sentir a dor da doença, da morte, da droga, da violência. Porque isso é condicional, a dor causada em nossos filhos nos afeta diretamente.
Estou aqui sentada num ginásio de esportes vendo meu filho lutar, a minha falsa calma esconde uma fúria animal, onde instintivamente deseja defender sua cria. Tenho vontade de subir no ringue e arrancá-lo de lá, aliviar suas dores e velar seu sono. Mas penso que seria uma atitude insana e que não seria bom para seu desenvolvimento, me controlo, faço cara de “paisagem”, e ajo como se estivesse tudo bem.
Fico a pensar que essa dor do parto não terminará nunca e lembro-me de Maria que acompanhou Jesus mesmo após a sua ressurreição. Não posso me queixar, sou feliz, as minhas dores são pequenas diante de tantas “Marias” que tem seus filhos, num leito de hospital, encarcerados ou perdidos na droga.
Fico feliz em ver meus filhos ao meu lado, compartilhando suas experiências pessoais comigo. E me fortaleço para continuar com eles incondicionalmente pro resto de nossas vidas.

domingo, 18 de julho de 2010

"Eu sei e você sabe
Já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe
Que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham a você.
Assim como o Oceano, só é belo com o luar
Assim como a Canção, só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem, só acontece se chover
Assim como o poeta, só é bem grande se sofrer
Assim como viver sem ter amor, não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você!"

Vinicius de Moraes

sábado, 3 de julho de 2010

Partida

Estou sentada aqui, não sei se fico.
Não sei se vou...
A razão me manda ir embora
O coração pede para eu ficar

Ficar pra que?
Não sei...
O passado me prende aqui
As minhas raízes estão fincadas a essa terra
O meu porto seguro está aqui


O meu porto seguro...
Está frase fere o meu peito
Sei que um dia o meu porto seguro
Não estará mais aqui
Acho que devo ficar
Para não me arrepender depois

Mas a razão me manda ir embora
O meu futuro me leva a terras distantes
O tempo passa...
O mundo lá fora me chama
Lá o meu eu se completa e me faz sentir realizada

Ir embora por que?
Não sei
Talvez pelas mesmas razões de sempre
Eu não sou daqui...
Eu não sou de lá...
Eu sou do mundo.


Poita Bonita

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Independência da Bahia

"Baiano não nasce, estréia"

Hoje é feriado na Bahia.
É o dia da Independência da Bahia.
Mas como? A Bahia tornou-se independente do Brasil?
Estados Unidos da Bahia?
Não entendi, acho que estudei tanto sobre isso que acabei esquecendo...
A Bahia tornou-se independente de quem? Do que?

"Oche! Tu num sabe?"

Está no Wikipedia:


"Com a divulgação da notícia da proclamação da Independência, as vilas do Recôncavo baiano, sob a liderança da vila de Cachoeira, em cuja Câmara Municipal se instalou um governo interino, mobilizaram-se para expulsar as tropas portuguesas entrincheiradas em Salvador, reforçadas desde os acontecimentos que haviam culminado no Dia do Fico (9 de Janeiro de 1822)..."


Entendeu "meu rei"?

"A Independência da Bahia foi um movimento que iniciou-se ainda em 1821 e teve seu desfecho ao 2 de julho de 1823, motivado pelo sentimento federalista emancipador de seu povo, e que terminou pela inserção na formação da unidade nacional brasileira, durante a Guerra da independência do Brasil."

Modestias à parte: "Eta povo retado!"

Uma pergunta que não quer calar: Hoje somos um país independente?

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Sorri

"Sorri, vai mentido a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és FELIZ"


Esse é um trecho de uma música do Djavan que eu gosto muito.
Todos nós temos nossas dores, a única coisa que nos diferencia dos outros
é o tamanho do nosso sorriso.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Pomba Rola

Deusarina é minha secretária do lar, mais conhecida como Deusa. Ela é uma pessoa hilária tem a força da mulher nordestina e a sabedoria das pessoas simples. Vou contar aqui alguns episódios da vida dela que acho interessantes e às vezes até engraçados. Perdoem-me os erros de português, mas não posso corrigi-los senão tira a autenticidade dos fatos.

Pomba Rola

Deusa estava limpando o quarto olha para o aquário e pergunta:
- Você ta criando esses peixes pra comer?
- Não! É de estimação.
- Ta tão gordinho... Dá vontade comer fritinho.
- Deusa! Coitadinho do peixinho!
- Sabe... Uma vez eu comi as Pomba Rola do meu marido
- Haam!
- Ele criava umas pomba rola. Na época ele trabalhava a semana toda fora e só ia pra casa no final de semana. Ficava enchendo meu saco pra tratar das “bichinha pra ele”, quando chegava em casa já ia me perguntando se eu tinha tratado das pomba. Eu já não agüentava mais! Um dia, minha filha tava dormindo, eu fui tratar das pombas. Elas eram mansinhas! Vinha comer na minha mão, fiquei olhando pra elas tão gordinha... Vapt! Peguei as pombinhas e dei um trato nelas!
- Como assim?
- Eu peguei elas, fiz assim ó...(mordendo o lábios). Torci o pescoço. Tirei as penas, temperei bem temperadinha e fritei! Ficou uma delícia! Minha filha não viu nada, se ela visse... Ela ia contar pra Zé. Dei um jeito de jogar as penas no lixo, pra não ficar rastro.
- Você parece que é doida...
- No fim de semana o Zé chegou e foi direto na gaiola, deu um grito e veio procurar saber cadê as pomba dele. Me fiz de louca, disse que não sabia de nada, que achava que foi o gato da vizinha que tinha comido. Ele ficou bravo! Reclamou, reclamou, reclamou. Eu falei que ele tava nervoso por besteira e deixei ele falando sozinho.
- Coitado!
- Até hoje ele fica me perguntando se eu não sei o que foi que aconteceu com as pomba rola dele. A minha filha outro dia me perguntou se eu não tinha comido as pombinha, eu falei pra ela: Fica quieta menina! Ta achando que eu sou doida de comer pomba rola?

Este caso rendeu boas risadas, valeu para relaxar depois de um dia estressante.