Dizem que o parto ocorre ao final dos nove meses de gestação, eu discordo, ele começa no momento que a criança sai do ventre da mãe e nunca termina. Cada dia, cada momento de separação da mãe com o filho é um momento do parto.
A primeira vez que deixamos nosso filho para trabalhar, o primeiro dia na escola, o primeiro final de semana fora e assim por diante. Estou na fase mais crítica do parto: a adolescência.
Acho que seja a parte mais dolorida desse parto. Nós passamos mais ou menos quinze anos protegendo nossas crias como umas leõas e de repente temos que deixá-los ir. É a baladinha, a viagem com os amigos, a grande paixão, e de repente nos vemos incapazes de protegê-los.
Na verdade quando os protegemos, estamos intuitivamente nos protegendo das dores do mundo. Não queremos sentir a dor da doença, da morte, da droga, da violência. Porque isso é condicional, a dor causada em nossos filhos nos afeta diretamente.
Estou aqui sentada num ginásio de esportes vendo meu filho lutar, a minha falsa calma esconde uma fúria animal, onde instintivamente deseja defender sua cria. Tenho vontade de subir no ringue e arrancá-lo de lá, aliviar suas dores e velar seu sono. Mas penso que seria uma atitude insana e que não seria bom para seu desenvolvimento, me controlo, faço cara de “paisagem”, e ajo como se estivesse tudo bem.
Fico a pensar que essa dor do parto não terminará nunca e lembro-me de Maria que acompanhou Jesus mesmo após a sua ressurreição. Não posso me queixar, sou feliz, as minhas dores são pequenas diante de tantas “Marias” que tem seus filhos, num leito de hospital, encarcerados ou perdidos na droga.
Fico feliz em ver meus filhos ao meu lado, compartilhando suas experiências pessoais comigo. E me fortaleço para continuar com eles incondicionalmente pro resto de nossas vidas.
5 comentários:
É difícil não ver os filhos como pedaços de nós, e sendo assim cada "parto" acaba sendo um ruptura de nós mesmos...
Mas se lembrarmos que as almas estão nesse mundo pra aprenderem com suas interações, podemos encarar cada "parto" como "ponto de partida" para um nova lição.
Deve estar pensando: o que ela está dizendo, se nem filhos tem?
Mas acredite, já os tive em algum dia, e quem sabe um deles não foi até você? ;-)
Te amo
Um beijo
Bom, ontem na comemoração do niver de mami lá na fazenda, o assunto foi PARTO. Experiências lindas, relatos chocantes e detalhes doloridos de um parto normal! Acho que vc estava presente espiritualmente, pois ao abrir o meu email vi este novo post... Mas com uma visão muito mais abrangente, e real, do que o parto significa para uma mãe. Que lição para mim, que estou planejando a barriguinha para ano que vem! Te amo!
Acho q nunca tive filhos em vida nenhuma, sou totalmente desprovida de instinto maternal, entao nao tenho ideia do q vcs estao dizendo... mas acho legal sua atitude de "tah, eu to nervosa, mas ninguem precisa saber, oras!", passa segurança saber q a mae acredita na gente! Alias, acho massa um monte de atitudes suas como mãe! ^^
E q notícia bombastica é essa de Kila, gente?! *_*
Bjoos, tia!!
Clau
Não é a toa que falamos que certas coisa são como um parto!
Gostou de escrever, hein? É bom, queria ter mais tempo pra isso! Vou fazer link em Clara Palida para o seu blog.
Apesar da pouca idade, sei muito bem o que você tá falando... Posso dizer que sou especializada em "dores-de-parto", ou talvez, na "dor da partida"!
Sei que nesse momento a sua dor é grande, mas ela vai passar e com certeza valerá a pena ter sentido tanta dor, pois estou certa de um final feliz!
Afinal, essa família é uma grande merecedora da felicidade!
Te amo.
Um grande beijo.
Paula
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